sábado, 21 de março de 2015

NEM 13, NEM 15.


Defender a Petrobras e ir à rua protestar estão no ideário e na prática do PSOL. Mas as motivações dos que convocaram os atos para os dias 13 e 15 não nos convencem, como partido, a deles participarmos.
Eis nossas razões:
1) O ato do dia 13 foi de apoio ao governo Dilma, por mais que elenque críticas pontuais a MPs recém-editadas; somos oposição programática de esquerda ao governo.
2) O ato do dia 15 não escondeu sua posição pelo impeachment, com o que não concordamos, por não vermos hoje elementos substantivos para tal iniciativa;
3) Defender a Petrobras estatal é também exigir apuração rigorosa e implacável sobre os que a vilipendiaram, montando esse esquema abominável de propinas;
4) O justo protesto contra a corrupção não pode ser biombo para os que sonham com nova ditadura e não têm apreço pelos direitos humanos;
5) Sob a convocação do ‘movimento social’ há o claro intuito de reforçar o PT, neste momento crítico, muito em função dos seus próprios e graves desvios;
6) Sob a convocação da ‘cidadania indignada’ abriga-se a oposição conservadora e elitista, liderada pelo PSDB;
7) Esta polarização de assemelhados — como as investigações da Lava-Jato bem o revelam — já se desgastou;
8) Não vemos a conclamação pelo afastamento de figuras de proa de vários partidos de funções no Congresso;
9) Toda mobilização tem que ser crítica, mas também propositiva: não vemos essa dimensão nas convocações, a começar pela da essencial Reforma Política;
10) A superação das crises hídrica e habitacional, de responsabilidade dos governos federal e estaduais, de petistas e tucanos, não está colocada;
11) Não há consignas por um novo modo de produzir, consumir e governar;
12) Não há, no chamado do dia 13, o reconhecimento de que o PT assumiu uma governabilidade neoliberal e fisiológica, canal aberto para a corrupção sistêmica;
13) Há, no chamado do dia 15, simpatia a posturas fascistas e preconceituosas contra diversos segmentos sociais ditos minoritários;
14) Aos de boa vontade, preocupados com a construção de um Brasil justo, soberano, igualitário e fraterno, reiteramos nossa vontade de construir lutas mobilizadoras, para superar esta crise econômica, política e ética.
CHICO ALENCAR - DEPUTADO FEDERAL DO PSOL

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