quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

NEM UM, NEM OUTRO. Uma nova esquerda há de surgir


Vivemos tempos polarizados, dicotômicos e bestializados. O confronto de concepções filosóficas e ideológicas, o cristianismo ignorante e o fascismo embalam nossa sociedade por um discurso raivoso, separatista, determinado a dividir e agredir para conquistar. Insuflando o ódio para derrotar a democracia. A história, implacavelmente, nos mostra como isso termina.
Ambos lados nos impõem a ditadura do Pensamento Único, uma escola imposta pelo PT em toda sua trajetória e hoje seguida e utilizada pelos fascistas e bolsominions. Se não estás comigo, estás com eles. Fazendo com que pareça não existir pensamento ou alternativa diversa.
Uma nação em Crise, cuja alternativa para uma boa parcela da população é Lula ou Bolsonaro, é uma nação em declínio e sem saída. Duas seitas, cada uma com seu profeta. Duas partes do mesmo problema, não a solução. Não podemos nos tornar vítimas deles.
Nas últimas eleições, somando os votos nulos e brancos com as abstenções houve um contingente de 42,1 milhões de eleitores (cerca de 30% - recorde desde 1989) que não escolheram “lado” em 2018. Claro fica, pelos resultados eleitorais, que estes são aqueles que não se deixam dominar pelas retóricas que polarizam nosso universo e que, diante da insatisfação as rejeitam: se negam a escolha do menos pior; veem seus anseios não representados ou que ambos não possuem condições ou desejo de executá-los.
A falência da esquerda, hegemonizada pelo PT, é tão devastadora, que na perene e agressiva luta de classes, parte dos pobres e dos trabalhadores brasileiros veem seus anseios representados e tendo como seu porta-voz o seu pior inimigo. O determinante é que, no breve intervalo de poder petista, estruturalmente o Brasil não se alterou. Hoje lutamos contra as reformas sem qualquer poder de enfrentamento, isto porque não fizemos as que tinham de ser feitas, como a política, tributária e do judiciário. De 1964 para cá, em nenhum momento a hegemonia burguesa foi ameaçada. Aliás, em decorrência dessa incompetência, tivemos a volta, PELO VOTO, dos militares ao Poder.
O desafio é romper o dualismo nefasto no qual fomos lançados: entre a nova direita e a velha esquerda. A saída é a necessidade de se colocar em primeiro plano o posicionamento de classe e não o posicionamento de poder. Firmarmos o socialismo como única forma de atender os anseios do povo pobre e trabalhador, reconhecendo que fracassamos ao invés de atribuir a culpa a uma teoria conspiratória ou apontar o eleitor como o problema.
A unidade com o povo é a unidade necessária, e só se dará se pudermos representar seus anseios, nos afastando dos que lhes traíram a confiança e tendo o entendimento de que, substancialmente, PT, PDT, PSB, PCdoB, MDB, PSDB… não se diferem mais.
Como diz Fábio Nassif: “Pode ser que ainda não seja a hora de uma nova esquerda socialista de massas, mas nunca será se ficarmos aprisionados nas velhas âncoras que podem nos levar juntos ao fundo mar”.

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