Vivemos tempos polarizados, dicotômicos e
bestializados. O confronto de concepções filosóficas e ideológicas, o
cristianismo ignorante e o fascismo embalam nossa sociedade por um discurso
raivoso, separatista, determinado a dividir e agredir para conquistar.
Insuflando o ódio para derrotar a democracia. A história, implacavelmente, nos
mostra como isso termina.
Ambos
lados nos impõem a ditadura do Pensamento Único, uma escola imposta pelo PT em
toda sua trajetória e hoje seguida e utilizada pelos fascistas e bolsominions.
Se não estás comigo, estás com eles. Fazendo com que pareça não existir
pensamento ou alternativa diversa.
Uma
nação em Crise, cuja alternativa para uma boa parcela da população é Lula ou
Bolsonaro, é uma nação em declínio e sem saída. Duas seitas, cada uma com seu
profeta. Duas partes do mesmo problema, não a solução. Não podemos nos tornar
vítimas deles.
Nas
últimas eleições, somando os votos nulos e brancos com as abstenções houve um
contingente de 42,1 milhões de eleitores (cerca de 30% - recorde desde 1989)
que não escolheram “lado” em 2018. Claro fica, pelos resultados eleitorais, que
estes são aqueles que não se deixam dominar pelas retóricas que polarizam nosso
universo e que, diante da insatisfação as rejeitam: se negam a escolha do menos
pior; veem seus anseios não representados ou que ambos não possuem condições ou
desejo de executá-los.
A
falência da esquerda, hegemonizada pelo PT, é tão devastadora, que na perene e
agressiva luta de classes, parte dos pobres e dos trabalhadores brasileiros
veem seus anseios representados e tendo como seu porta-voz o seu pior inimigo.
O determinante é que, no breve intervalo de poder petista, estruturalmente o
Brasil não se alterou. Hoje lutamos contra as reformas sem qualquer poder de
enfrentamento, isto porque não fizemos as que tinham de ser feitas, como a
política, tributária e do judiciário. De 1964 para cá, em nenhum momento a
hegemonia burguesa foi ameaçada. Aliás, em decorrência dessa incompetência,
tivemos a volta, PELO VOTO, dos militares ao Poder.
O
desafio é romper o dualismo nefasto no qual fomos lançados: entre a nova
direita e a velha esquerda. A saída é a necessidade de se colocar em primeiro
plano o posicionamento de classe e não o posicionamento de poder. Firmarmos o
socialismo como única forma de atender os anseios do povo pobre e trabalhador,
reconhecendo que fracassamos ao invés de atribuir a culpa a uma teoria
conspiratória ou apontar o eleitor como o problema.
A
unidade com o povo é a unidade necessária, e só se dará se pudermos representar
seus anseios, nos afastando dos que lhes traíram a confiança e tendo o
entendimento de que, substancialmente, PT, PDT, PSB, PCdoB, MDB, PSDB… não se
diferem mais.
Como
diz Fábio Nassif: “Pode ser que ainda não seja a hora de uma nova esquerda
socialista de massas, mas nunca será se ficarmos aprisionados nas velhas
âncoras que podem nos levar juntos ao fundo mar”.
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