Foram nos parlamentos, neste fatídico período pós golpe(parlamentar, diga-se de passagem), onde se deram as maiores agressões ao povo pobre e trabalhador no Brasil. Sindicatos, Centrais sindicais, partidos e mobilizações de rua não foram suficientes para barrar o ataque aos direitos dos trabalhadores e o desmanche da máquina e patrimônio público.
Buscar a maioria nos parlamentos, portanto, é uma das maiores
tarefas da esquerda brasileira em se tratando de eleições. Antes, é claro,
derrubar Bolsonaro.
A representatividade de um senador é avassaladora em relação
aos demais parlamentares federais, visto a proporção na casa em que atua.
Sendo a eleição em apenas um turno, apesar de majoritária,
urge que os partidos de esquerda no Rio Grande do Sul iniciem debate da
possibilidade/necessidade de construir uma candidatura única a fim de combater
o avanço da estrema direita gaúcha que já tem Lasier e Heinze como
representantes e que já fala em Onix e Mourão para o cargo.
É um erro lançar ou discutir candidaturas partidárias sem
abrir o debate de uma candidatura única no campo das esquerdas. A candidatura
ao senado, na maioria das vezes, tem sido renegada e apenas servido para
acalmar candidaturas preteridas ao governo e para acordos de formação de
chapas. Além disso, a eleição do senado, dificilmente é do tipo que puxa voto
para as demais eleições, sendo perfeitamente possível uma unidade em torno de
uma candidatura, sem que traga influências indesejáveis, aos acordantes, nas
eleições para Governador e Presidente.
Temos bons nomes com densidade eleitoral e capacidade de
unificar a esquerda riograndense como Pedro Ruas, Manuela D'Ávila e Olívio
Dutra, entre outros. Debate que se inicia, então... mãos à obra.
* ROMER GUEX É DIRIGENTE ESTADUAL DO PSOL E FOI CANDIDATO AO SENADO EM 2018.